quinta-feira, 1 de março de 2012

Reinos Bárbaros, Império Bizantino, Império Árabe


A formação dos Reinos Bárbaros
O declínio do Império Romano do Ocidente foi acelerado devido à migração dos povos germanos, eslavos e tártaro-mongóis. Os romanos denominavam esses povos de bárbaros, porque viviam fora das fronteiras do império.

OS GERMANOS
Esse povo era de origem indo-européia, habitava a Europa Ocidental. As principais nações germânicas eram: os visigodos, ostrogodos, vândalos, bretões, saxões, francos, etc.
Os germanos tinham uma economia agropastoril. A propriedade da terra era coletiva e quase todo trabalho era executado pelas mulheres.
Eles tinham uma organização política bastante
simples.
» Em época de paz eram governados por uma assembléia de guerreiros, com funções restritas à
interpretação dos costumes.
» Em época de guerra, a tribo era governada pelo comitatus, reunião de guerreiros em torno de um líder militar.
A sociedade era patriarcal, o casamento monogâmico e o adultério severamente punido. Nessa sociedade, as tradições e os costumes eram muito valorizados, levando-os a adotarem o direito consuetudinário.
» A religião era politeísta, consagrada às forças
da natureza. Acreditavam que somente os guerreiros mortos em combate iriam para o valhala, uma espécie de paraíso.
O conhecimento dos antepassados era transmitido pela tradição oral.

OUTROS POVOS
Além dos germanos, outros povos migraram para o Império Romano: os eslavos, provenientes da Europa Oriental e da Ásia, compreendidos pelos russos, tchecos, poloneses, sérvios, entre outros, e os tártaro-mongóis, de origem asiática. Faziam parte desse grupo as tribos dos hunos, turcos, búlgaros, etc.

OS REINOS BÁRBAROS
A partir do século I, os romanos mantinham contato pacífico com diversos povos, principalmente os germanos. Muitos desses povos migraram para o império e chegaram a ser utilizados no exército como mercenários.
Os hunos, de origem asiática, deslocaram-se em direção à Europa e atacaram os germanos, invadindo o Império Romano que, enfraquecido pelas crises e guerras internas, não resistiu às invasões e decaiu. No antigo mundo romano, nasceram vários Reinos Bárbaros.

» Reino dos visigodos: situado na península Ibérica. Os visigodos ocupavam a ligação entre o Mediterrâneo e o Atlântico, que lhes facilitava o comércio.
» Reino dos ostrogodos: localizava-se na península Itálica. Os ostrogodos restauraram vários monumentos, para manter viva a memória romana.
» Reino dos vândalos: fixou-se no norte da África. Nesse reino, houve perseguição aos cristãos, cujo resultado foi a migração deles em massa, para outros reinos.
» Reino dos suevos: estabelecido a oeste da península Ibérica. No final do século VI, o reino foi absorvido pelos visigodos.
» Reino dos borgúndios: migrantes da Escandinávia dominaram o vale do Ródano até Avinhão.
» Reino dos anglo-saxões: consolidaram-se na região da Bretanha.
» Reino Franco: Os francos vinham ocupando o Império Romano desde o século II e, nesse processo, fixaram-se numa pequena região da Gália.

A primeira dinastia franca foi a merovíngia,
nome derivado de Meroveu, um antigo chefe. Porém, foi seu neto Clóvis quem conquistou a Gália e unificou, sob o seu domínio, vários povos bárbaros e um vasto território.
Em 496, Clóvis converteu-se ao cristianismo, obtendo o apoio da Igreja Católica e de grande parte da população da Gália, que era cristã. No governo de Clóvis, houve a expansão territorial do reino, através de guerras de conquista.
Com exceção do Reino Franco, os Reinos Bárbaros não tiveram Longa duração. Os reinos dos ostrogodos e dos vândalos foram dominados pelos bizantinos; o dos visigodos, pelos árabes e dos anglo-saxões, pelos normandos.
No processo de invasão e formação dos Reinos Bárbaros, deu-se ao mesmo tempo, a "barbarização" das populações romanas e a "romanização" dos bárbaros que, em vários aspectos, assimilaram e revigoraram a cultura romana, como no caso da adoção do latim como língua oficial.
Os novos reinos converteram-se progressivamente ao catolicismo e aceitaram a autoridade da Igreja Católica. Com a ruptura da antiga unidade romana, a Igreja Católica tornou-se a única instituição universal européia.

ATIVIDADES
Complete as lacunas:
a. Os romanos chamavam de "bárbaros" os povos que viviam ______________________________________________________________________________
b. Os germanos eram de origem _____________
e habitavam _____________________________
c. Comitatus era ______________________________________________________________________________
d. Valhala era____________________________

Associe.
a. Ostrogodos
b. Visigodos
c. Vândalos
d. Anglo-saxões
e. Francos
(  )Península Itálica.
(  )Gália.
(  )Norte da África.
(  )Península Ibérica
(  )Bretanha.

3. Assinale as alternativas corretas.
Eram características dos germanos:
a. (    ) propriedade coletiva da terra.   
b. (    ) economia agropastoril.
c. (    ) unidade cultural.
d.   (    ) religião politeísta.
e.   (    ) casamento poligâmico.
f.   (    ) aprovação do adultério.

4. Complete as lacunas:
Em 495, Clóvis converteu-se ao  ___________, obtendo o apoio da Igreja ____________e de _____________da população da ___________, que era _____________________________
5   Coloque V, se a afirmação for verdadeira e F, se for falsa.
a. (    ) Os Reinos Bárbaros tiveram longa duração.
b. (    ) O Reino Franco teve longa duração.
c. (    ) Os anglo-saxões foram dominados pelos bizantinos.
d. (    ) Os normandos dominaram os anglo saxões.
e. (    ) Os bizantinos dominaram os ostrogodos e vândalos.

6.   Assinalo a questão correta.
a. (   ) Os Reinos Bárbaros abandonaram seus costumes depois que derrotaram o Império Romano.
b. (    ) Os bárbaros assimilaram vários aspectos da cultura romana, mas conservaram sua organização tribal.
c. (    ) Os bárbaros assimilaram e fortaleceram certos aspectos da cultura romana, como a língua latina e a religião.
d. (    ) Os bárbaros continuaram politeístas e não aceitaram a autoridade da Igreja.


































Os impérios medievais
Durante o período medieval, existiram três grandes impérios: o carolíngio (no Ocidente), o bizantino e o árabe (no Oriente). Vamos conhecer a formação, o processo histórico e a organização de cada um deles.

O IMPÉRIO CAROLÍNGIO
As origens do Império Carolíngio remontam ao Reino Franco. Dentro de um clima geral de intranqüilidade, desordem e decadência, que caracterizou o início do período medieval, houve um processo de restauração da ordem imperial e de centralização do poder monárquico. Esse processo se deu através da consolidação do Reino Franco, na Gália.
A partir do século VII, os francos foram governados por monarcas fracos, os "reis indolentes". O poder político passou a ser exercido por funcionários do governo, denominados "prefeitos do palácio".
Entre outros, destacou-se Carlos Martel, que deteve o avanço dos árabes, na Batalha de Poitiers, em 732.
Com a morte de Carlos Martel, assumiu o cargo de prefeito do palácio seu filho Pepino, o Breve, iniciando assim uma nova dinastia, a dinastia carolíngia. Durante seu reinado, auxiliou o papa em sua luta contra os lombardos no norte da Itália e, após vencê-los, doou ao papado todas as terras conquistadas.
Foi sucedido pelo filho, Carlos Magno, que contou com o apoio da Igreja e governou quase meio século.
No Natal do ano de 800, na Basílica de São Pedro, Carlos Magno foi coroado imperador pelo papa Leão III. A Igreja reconheceu a existência de um novo império do Ocidente.
Carlos Magno fortaleceu o poder real e organizou a administração dividindo o império em:
» condados: territórios do interior, governados por condes;
» ducados: territórios das fronteiras, governados por duques;
» marcas: territórios em partes estratégicas das fronteiras, governados por marqueses.

No aspecto cultural, Carlos Magno fundou várias escolas, onde se estudava gramática, retórica, ortografia e música.
No ano de 814, o imperador morreu e, em 843, a unidade imperial fragmentou-se. Nesse mesmo ano, foi assinado o Tratado de Verdum, que levou a divisão do Império Carolíngio entre:
» Carlos, o Calvo, que ficou com a França Ocidental, mais tarde conhecida como Reino da
França;
» Luís, o Germânico, que ficou com a França
Oriental;
» Lotário, que recebeu uma extensa faixa de terra entre o mar do Norte e o centro da Itália.

ATIVIDADES
1.Assinale V, quando a alternativa for verdadeira e F, quando for falsa.
a. (    ) Os sucessores de Clóvis foram reis incompetentes.
b. (   ) Carlos Martel, funcionário do governo, deteve o avanço dos árabes na Europa.
c. (    ) Carlos Martel venceu os árabes, na Batalha de Poitiers, em 732.
d. (    ) Clóvis fundou a dinastia carolíngia.
e. (   ) O rei carolíngio que organizou o império e fortaleceu o poder real foi Carlos
 Magno.

2.Assinale as alternativas corretas.
Pepino, o Breve,
a. (    ) fundou a dinastia carolíngia.
b. (    ) combateu os lombardos ao norte da Itália.
c. (   ) doou ao papado as terras conquistadas.
d. (   ) organizou a administração do império.

3.Complete:
Carlos Magno, rei e guerreiro franco, foi coroado pelo papa, _____________ na
 Basílica de _____________, em Roma, no Natal do ano __________

4.   Na organização do império, Carlos Magno criou os condados, os ducados e as marcas.
Explique esses termos.
a. Condados:
___________________________________________________________________________
b. Ducados:
___________________________________________________________________________
c. Marcas:
___________________________________________________________________________

5.   Explique o Tratado de Verdum.
__________________________________________________________________________________________________________________







O IMPÉRIO BIZANTINO
O Império Bizantino ou Império Romano do Oriente, cuja capital era Constantinopla, teve sua origem em 395, quando o imperador Teodósio dividiu o Império Romano em duas partes.
Ao contrário da porção ocidental, a oriental resistiu aos ataques dos bárbaros, sobrevivendo como império independente até 1453, quando caiu sob o domínio dos turcos otomanos.
Em decorrência da posição geográfica, sua cultura foi uma mescla de elementos orientais e ocidentais. A língua grega, o respeito ao imperador e a religião cristã eram reflexos da cultura ocidental. Por outro lado, a interferência do Estado na economia, a subordinação da Igreja ao Estado e o aparecimento de heresias marcavam a influência da cultura oriental.
A frente do Estado estava o imperador ou basileu, que tinha poder absoluto e teocrático. Era ao mesmo tempo chefe político e religioso. A submissão da Igreja ao Estado denominou-se cesaropapismo.
O imperador nomeava os governadores das províncias, os prefeitos e seus auxiliares diretos, geralmente oriundos da nobreza. Uma das maiores preocupações administrativas era a cobrança dos tributos.

O GOVERNO DE JUSTINIANO
Justiniano (527 a 565) é considerado o mais importante imperador bizantino e em seu governo, que marcou o apogeu desse império, podemos destacar:
» a expansão do império: no norte da África, na Itália e na península Ibérica;
» o direito: a revisão e codificação do direito
romano;
» a construção da Igreja de Santa Sofia: que é
a obra mais representativa da arquitetura bizantina;
» a Revolta de Nika: foi a revolta de grande
parte da população de Constantinopla, que estava descontente com os pesados tributos e a
forma agressiva como eles eram cobrados. Em
532, o exército imperial esmagou essa revolta. Após o governo de Justiniano, as fronteiras do império começaram a ser ameaçadas por vários povos. Nos séculos VII e VIII, os árabes invadiram o norte da África e o sul da península Ibérica, a Palestina, a Síria e a Mesopotâmia.
Convém destacar que Justiniano impôs a conversão dos pagãos ao cristianismo e procurou restaurar a unidade do Império Romano.





A vida cotidiana bizantina
Durante o período medieval, para Constantinopla convergiam as rotas comerciais que ligavam o Extremo Oriente e o Ocidente europeu, principalmente a partir do século XI.
As especiarias - cravo, canela, pimenta-do -reino, gengibre, noz-moscada, açúcar - e os produtos de luxo eram armazenados em Constantinopla e, posteriormente, distribuídos na Europa por comerciantes italianos.
O Estado intervinha na economia, impondo regulamentos ao comércio e à indústria artesanal e reservando para si o monopólio da cunhagem de moedas.
Na sociedade havia grandes disparidades sociais, com predomínio do imperador e sua corte, dos grandes proprietários rurais e dos grandes comerciantes.
O camponês e o trabalhador urbano não tinham possibilidade de ascensão social. A escravidão era adotada oficialmente e os escravos serviam para exercer os trabalhos domésticos e os serviços públicos.

A Igreja Cristã Ortodoxa
A religião dominante era a cristã, mesclada de características orientais.
O imperador, considerado sucessor dos apóstolos, tentava controlar as atividades religiosas que eram dirigidas pelo patriarca de Constantinopla.
As controvérsias teológicas deram lugar ao aparecimento de numerosas heresias. As duas principais foram:
» Monofisista: crença de que em Cristo havia
apenas uma natureza, a divina.
» Iconoclasta: movimento que proibia o uso de
imagens. Seus seguidores passaram a quebrar
as imagens de santos das igrejas. Como na Igreja oriental as imagens eram chamadas de ícones, essa heresia tomou esse nome.

As constantes divergências entre o papado e o
patriarcado (o chefe da Igreja Cristã do Oriente chama-se patriarca) acabaram por provocar a separação entre as Igrejas do Ocidente e do Oriente. Em 1054, deu-se o Cisma do Oriente, que resultou na cisão da cristandade em:
» Igreja Católica Apostólica Romana, tendo
como o chefe o papa.
» Igreja Cristã Ortodoxa Grega, tendo como
chefe o patriarca de Constantinopla.

A cultura bizantina representou uma síntese de elementos orientais e ocidentais.
» na produção literária, mantiveram o elo de ligação com a cultura grega;
» na pintura, predominaram os ícones de aspecto austero, em metal. Era uma arte cristã de caráter decorativo e cerimonial, imponente e rica em detalhes;
» na escultura, destacaram-se as estatuetas de marfim, de cunho religioso;
» na arquitetura, suas obras caracterizaram-se pela riqueza da ornamentação e pelo predomínio do sistema de cúpulas nas construções, dando-lhes dá o caráter suntuoso.

ATIVIDADES
1. Complete.
a. O Império Bizantino ou Império Romano do Oriente surgiu no ano de  __________quando o imperador romano ______________ dividiu o Império Romano em duas partes.
b. O Império Bizantino foi dominado pelos ____________ em _____________

2. Coloque V, se for verdadeiro e F, se for falsa.
a. (    ) O Império Bizantino durou mais tempo porque estava mais militarizado para enfrentar os bárbaros.
b. (    ) O Império Bizantino teve duração mais longa porque seus imperadores eram
 muito ricos e católicos apostólicos romanos.
c. (   ) A sociedade bizantina era constituída por elementos de várias nacionalidades
 e etnias.
d. (   ) A cultura do Império Bizantino era uma mescla de elementos orientais e
 ocidentais.
e. (    ) A economia no Império Bizantino era controlada pelo Estado.

3. Assinale a questão incorreta sobre o Império Bizantino:
a. (   ) o imperador tinha poder absoluto e teocrático.
b. (    ) a língua falada pelos bizantinos era a língua grega.
c. (   ) a base econômica do império era somente a agricultura.
d. (    ) a Igreja era subordinada ao Estado.

4. No Império Bizantino, cesaropapismo significava:
a. (   ) a subordinação da Igreja ao Estado.
b. (   ) a submissão do Estado à Igreja.
c. (   ) a liberdade econômica da burguesia.
d. (   ) a submissão do patriarca de Constantinopla ao papa de Roma.

5. Associe as duas colunas
a. Heresia
b. Monofisista
c. Iconoclasta
d. Cisma
e. Patriarca
(   ) chefe da Igreja Cristã Ortodoxa.
(   ) negação de um dogma da Igreja Católica.
(   ) proibição do uso de imagens.
(   ) negação da natureza humana de Cristo.
(   ) divisão da Igreja Católica (1054) em Igreja Católica Apostólica Romana e Igreja Cristã Ortodoxa Grega.

6.  Pesquise sobre a Igreja Cristã Ortodoxa Grega na atualidade.

O IMPÉRIO ÁRABE
No século VIII, surgiu na península Arábica um grande império. O território era ocupado por povos semitas, semi nômades e politeístas, sem unidade política e religiosa.

Os primeiros tempos
Os árabes, de origem semita, não tinham unidade política. Os que viviam no litoral, principalmente no sul da península, eram sedentários, organizavam-se em comunidades e a base econômica era a agricultura. Os produtos cultivados eram vendidos tanto no Ocidente quanto no Oriente.
Os árabes do deserto, os beduínos, eram nômades e organizavam-se em tribos independentes, governadas por um xeique. Dedicavam-se à criação de animais de pequeno porte e faziam freqüentes pilhagens nas caravanas que cruzavam os desertos.
Os árabes tinham uma religião politeísta e cada tribo possuía as suas próprias divindades. Contudo, todos os árabes cultuavam a pedra negra, que ficava junto com outros ídolos na Caaba, santuário da cidade de Meca, elemento de união entre todas as tribos árabes. A importância de Meca devia-se ao fato de ser um
ponto de parada das caravanas e estar situada na
encruzilhada de rotas que conduziam ao Iêmen, Egito, Síria e Mesopotâmia.

A época do profeta Maomé
Em Meca, provavelmente no ano de 570, nasceu Maomé. Aos vinte anos de idade, começou a trabalhar como condutor de caravanas para uma viúva rica, Cadija, com quem se casou mais tarde e teve uma filha, Fátima. Por volta de 610, Maomé retirou-se para as montanhas para rezar e meditar, vivendo como eremita. Em seguida, começou a pregar a existência de um deus único, Alá, e a prática do Islã, submissão total a Deus. De inicio, houve uma forte oposição dos mercadores de Meca, temerosos de que os ensinamentos do profeta pudessem prejudicar as crenças religiosas que haviam transformado a cidade num importante centro comercial. Perseguido, Maomé fugiu com seus seguidores para Yatreb, mais tarde conhecida como Medina, a "cidade do profeta". A fuga de Maomé de Meca para Medina recebeu o nome de Hégira, marco inicial do calendário muçulmano. Nessa cidade, Maomé iniciou uma intensa atividade religiosa e, em pouco tempo, tornou-se chefe-guerreiro e líder espiritual. Em 630, os seguidores de Maomé promoveram a primeira guerra santa, contra Meca. Em 632, o profeta promoveu uma grande peregrinação a Meca, quando grande parte da península Arábica já estava convertida ao islamismo.

A religião islâmica
As principais características do islamismo eram:
monoteísmo, profetismo, fatalismo, crença na imortalidade da alma e no juízo final, predestinação, aceitação da poligamia e da escravidão. Os princípios do islamismo estão contidos no Alcorão, livro sagrado escrito pelos discípulos de Maomé e fundamentado nos ensinamentos do profeta.
Os muçulmanos deviam:
» orar cinco vezes ao dia, voltados para Meca;
» peregrinar a Meca, ao menos uma vez na vida;
» dar esmolas;
» jejuar;
» não ingerir bebidas alcoólicas;
» não comer carne de porco;
» descansar na sexta-feira;
» combater os obstáculos à fé mulçumana, ou
contra os inimigos do islã, através da Guerra Santa.

Nasce um império
Após a morte de Maomé, a chefia do Estado árabe ficou nas mãos dos califas, chefes políticos, religiosos e militares, que se diziam sucessores do profeta. A sede do califado ficava em Medina e o primeiro líder foi Abu Bakr. Gradativamente os árabes conquistaram a Síria, a Palestina, a Pérsia, o Egito, a ilha de Chipre. A capital do império passou a ser a cidade de Damasco. Em 711, os árabes, liderados por Gibral Tarik, atravessaram o estreito entre a África e a Europa, que recebeu o nome de Gibraltar. Penetrando na península Ibérica, venceram os visigodos, obrigando-os a se refugiarem nos montes Cantábrios, nas Astúrias. Os cristãos reagiram e obtiveram a sua primeira vitória, em 722. Tinha início a longa reconquista cristã da península, que se estendeu até 1492, quando os cristãos derrotaram definitivamente os mouros em Granada. A reconquista se constituiu para o cristão numa cruzada contra o muçulmano, considerado infiel. Os árabes tentaram invadir o Reino Franco, mas foram derrotados em 732, na batalha de Poitiers. No ano de 750, aproveitando-se da divisão do
grupo dirigente, Abu Al-Abbar tomou o poder, como califa. A capital foi transferida para Bagdá. Aos poucos, o império se fragmentou, dando origem aos califados independentes: Bagdá, na Ásia; Cairo, no Egito; e Córdoba, na Espanha. A fé islâmica espalhou-se pelo mundo e sobrevive até os nossos dias.

A diversidade muçulmana
   Após a morte de Maomé, surgiram seitas religiosas decorrentes de interpretações diferentes da mensagem do profeta. As duas mais importantes são: a sunita e a xiita.

» Os sunitas aceitavam, além do Alcorão, o Sunna, livro que contém atos e pensamentos de Maomé. Também defendiam que os muçulmanos deviam escolher o chefe político e religioso.
» Os xiitas aceitavam apenas o Alcorão como fonte da verdade. Contavam com o apoio popular e eram mais rigorosos com as leis contidas no livro sagrado. Defendiam que o chefe político-religioso deveria ser descendente de Maomé.

A sociedade e a cultura árabe
     A sociedade árabe sofreu naturalmente profundas influências das transformações político-econômicas que decorreram da formação e expansão do império. Na medida que o império se expandia, diferentes etnias eram integradas ao mundo muçulmano.
     A família do califa tinha os privilégios oriundos do exercício do poder, ao passo que existiam diferenças sociais, provocadas pela distribuição de riquezas. Os muçulmanos desenvolveram uma cultura bem original, cumpre destacar:
» na matemática, introduziram no mundo ocidental a numeração arábica, o conhecimento
do zero e deram contribuição a álgebra, a geometria e a trigonometria.
» na química, aprofundaram as experiências alquímicas, criando processos de destilação, filtragem e sublimação;
» na astronomia, fundaram vários observatórios
astronômicos, realizando estudos sobre eclipses solares e lunares;
» nas artes, possuíam um rico e variado estilo arquitetônico com o uso de arcos, finas colunas e cúpulas, que caracterizavam as mesquitas e os palácios, dentre os quais é admirável a mesquita de Córdoba, com mais de mil colunas monolíticas. Na decoração, utilizavam os arabescos, ornamentos com motivos florais, geométricos ou letras estilizadas;
» na literatura, o destaque coube ao poeta Ornar
Kayyam, cuja principal obra foi Rubayat. A obra mais difundida é As mil e uma noites, em vários volumes, que reúne contos, fábulas e aventuras dos árabes.

ATIVIDADES
1. Coloque V, se a afirmação for verdadeira e F, se for falsa.
Sobre os árabes, no período pré-islãmico, podemos afirmar:
a. (   ) Não formavam um Estado e viviam em tribos, sendo algumas sedentárias e
outras nômades.
b. (   ) As tribos sedentárias viviam da agricultura e localizavam-se no litoral.
c. (    ) As tribos nômades, os beduínos, localizavam-se no litoral, mas criavam animais e praticavam pilhagens.
d. (   ) Os árabes eram politeístas e cultuavam, junto com outros ídolos tribais, a
pedra negra.
e. (    ) A pedra negra ficava na Caaba, santuário de Meca.

2. Assinale a questão correta.
     a. (    ) Maomé pregou a existência de um deus único, Alá.
b. (   ) Maomé unificou as tribos árabes.
c. (   ) Maomé pregou a "guerra santa" contra os infiéis.
d. (    )  Maomé foi perseguido em Meca e fugiu para a cidade de Yatreb.
e. (   ) Todas as alternativas estão corretas.

3. Associe:
a. Alcorão ( ) chefe político, religioso e militar.
b. Caaba ( ) livro sagrado que contém os princípios do islamismo.
c. Califa ( ) santuário da cidade de Meca.
d. Hégira (   ) fuga de Maomé de Meca para Medina, marco inicial do calendário muçulmano.

4. Assinale as questões corretas.
Os princípios do islamismo são:
a. (   ) monoteísmo e profetismo.
b. (   ) fatalismo e politeísmo.
c. (    ) crença na predestinação e na imortalidade da alma.
d. (    ) guerra santa para coibir a religião islâmica.

5. Cite três preceitos do islamismo:
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6.Complete.
a. Os árabes conquistaram: _________________
b. No século VIII, chefiados por Gibral Tarik, os árabes atravessaram o estreito ______________
entre a África e a Europa, que recebeu o nome de ____________e entraram na península Ibérica.
c. A reconquista cristã da península Ibérica durou até o século _____ e assumiu o caráter de ______________________

7.Explique os termos.
Sunita:
__________________________________________________________________________________________________________________
Xiita:
__________________________________________________________________________________________________________________
8.A cultura muçulmana recebeu influência de outras culturas, tais como a grega, a
hindu, a persa e influenciou o Ocidente, contribuindo para o desenvolvimento das
ciências:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
9.  Quais as características da arquitetura árabe? _____________________________________________________________________________________________________________________
10. Qual a situação dos países árabes no mundo de hoje? Pesquise.


Um comentário:

  1. excelente , por conter todas as informaçoes necessarias sobre o assunto, e isso num breve resumo. perfeito

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